O novo Volvo BZL Elétrico fará parte dos testes no programa de eletrificação do transporte coletivo de Curitiba. O modelo rodará pelas ruas da cidade a partir da primeira quinzena de setembro no período de um mês. Ele vai cobrir as linhas Inter 2 (ligeirinho) e Interbairros II, que ligam de forma circular dezenas de bairros da capital e transportam diariamente cerca de 135 mil passageiros.

A marca sueca busca ser a escolhida, ou uma delas, para integrar o projeto da prefeitura curitibana de plugar na tomada toda a frota pública de ônibus até 2050. Já em junho do ano quem vem 70 veículos elétricos entrarão em operação na cidade atendendo as duas linhas citadas acima. O investimento governo municipal para essa primeira compra será de R$ 200 milhões, já previstos no orçamento para 2024.

O Volvo BZL faz sua estreia na América Latina em uma operação real por Curitiba, por isso o modelo apresentado nesta terça-feira (29 de agosto), foi desenvolvido exclusivamente para o perfil e a demanda do transporte público do município.

“Curitiba é onde fica nossa fábrica e nossa sede no continente. Temos uma longa parceria com a cidade no desenvolvimento de ônibus para o sistema de transporte de passageiros, que virou referência no mundo em BRT (Bus Rapid Transit), com os articulados e biarticulados Volvo. Tenho certeza de que com os ônibus elétricos seguiremos esse mesmo caminho bem-sucedido”, declara André Marques, presidente da Volvo Buses na América Latina.

Testes de consumo e autonomia

A novidade da Volvo será avaliado nos critérios de eficiência energética, autonomia, níveis de ruído e desempenho em variados terrenos, com descidas, subidas e pisos planos. A demonstração faz parte do atendimento dos requisitos do edital publicado pela URBS, o órgão gestor do transporte público de passageiros da capital paranaense, para a aquisição de veículos elétricos para a cidade a partir de 2024.

“A performance dos ônibus elétricos Volvo tem sido muito positiva na Europa e em diversos países de outros continentes. Agora vamos mostrar que esse bom desempenho se repetirá nas condições severas que temos na América Latina”, afirma Alexandre Selski, diretor de eletromobilidade em ônibus da Volvo.

Além da Volvo, outras cinco montadoras se cadastraram para realizar as demonstrações e, possivelmente, estarão na licitação que acontece no próximo ano do inovador programa. São elas: as chinesas BYD e Higer, a brasileira Eletra, a multinacional Marcopolo e a alemã Mercedes-Benz.

A fabricante sueca sai na frente na disputa para fazer parte da frota de ônibus elétricos da prefeitura de Curitiba, principalmente pela ligação histórica com a cidade e a presença da planta produtiva no Paraná. A marca adiantou que a unidade fabril passaria por uma adequação na linha de montagem para receber a nova plataforma, com uma produção local.

“Com a fábrica na Cidade Industrial, a Volvo é um de Curitiba e está alinhada com a missão de avançarmos no nosso projeto de eletromobilidade. Os ônibus elétricos, não poluentes e mais confortáveis para a população, são o futuro do transporte coletivo da cidade”, ressaltou o prefeito Rafael Greca durante a apresentação do veículo no Parque Barigui, cartão-postal da cidade.

Volvo BZL Elétrico roda 300 km com uma carga

O Volvo BZL é um chassi 4×2 fabricado na matriz do grupo na Suécia, mas o ônibus foi desenvolvido numa parceria com a equipe brasileira. Destinado a operações urbanas e metropolitanas, ele é equipado com baterias de íon lítio de 94 kWh sendo que unidade testada conta com quatro baterias.

O ônibus é movido por um motor elétrico de 200 kW e torque de 43,3 kgfm, instalado na parte traseira. Todos os componentes do chassi e do trem-de-força foram desenvolvidos pela marca.

Com 12,6 metros de comprimento e capacidade de levar até 90 passageiros, o veículo de carroceria Marcopolo possui duas portas e piso baixo. A autonomia alcança de 250 a 300 km, com tempo de recarga de duas a quatro horas.

Segundo a Volvo, o ônibus poderia operar durante o dia e efetuar a alimentação das baterias à noite, na garagem do operador. Durante a demonstração, o ônibus circulará na frota da Viação Sorriso, uma das operadoras do sistema da cidade.

Volvo BZL com controle de velocidade

O BZL Elétrico vem equipado com sistema que reduz a velocidade automaticamente próximo a espaço de grande movimento de pessoas, como terminais, escolas, hospitais e shoppings centers.

“Esses veículos representam mais um passo em nossa jornada para a descarbonização. Temos uma ‘visão zero’ – zero emissões, zero ruído, zero acidentes e zero congestionamentos – e estamos totalmente comprometidos com a sustentabilidade no transporte de passageiros”, assegura André Marques.

No Brasil, Curitiba também foi pioneira ao introduzir há 31 anos o ônibus biarticulado, em parceria com a Volvo. O inovador modelo, projetado para transitar em vias exclusivas, possui quatro eixos e duas articulações, com capacidade para transportar até 250 passageiros, mais que o dobro dos veículos convencionais.

O sucesso do biarticulado foi fundamental na popularização do sistema BRT (Bus Rapid Transit), estabelecendo a cidade paranaense como um exemplo global em transporte coletivo, com mais de 182 cidades no mundo adotando seu modelo.

Em 2012, Curitiba também liderou a introdução dos ônibus híbridos da Volvo. O projeto atual de ônibus elétricos faz parte do mais recente ciclo de investimentos da marca no país: R$ 1,5 bilhão, entre 2022 e 2025. Desse total, R$ 250 milhões serão direcionados ao desenvolvimento e preparação da fábrica para receber a plataforma elétrica.

Após Curitiba, a Volvo tem planos de testar seu modelo elétrico nas cidades de São Paulo, Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia).

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