A Ford anunciou nesta segunda-feira (11) a paralisação imediata na produção de carros no Brasil. Com isso Ka, Ka Sedan e Ecosport deixarão de ser fabricados no país, o que significa o fim dos modelos no mercado brasileiro.

As vendas serão interrompidas assim que acabarem os estoques da fábrica de Camaçari (BA), onde eram feitos, e também das concessionárias.

A unidade de Taubaté também deixará de fabricar motores e transmissões. A produção nesses locais será reduzida somente a peças para estoques de pós-venda.

Ford finaliza também a produção do Troller T4

Outro que vai se despedir do mercado é o jipe Troller T4. A produção em Horizonte (CE) encerra no último trimestre deste ano.

Com a decisão, os veículos comercializados no Brasil passarão a vir importados, boa parte das unidades de Argentina e Uruguai, além de outras regiões fora da América do Sul.

Entre os carros já confirmados pela Ford para o mercado brasileiro estão os novos Transit, Ranger, Bronco e Mustang Mach1. A picape intermediária Maverick também deve estrear entre 2021 e 2022.

A empresa também informou que o portfólio terá “veículos conectados e cada vez mais eletrificados”.

No país desde 1919, a marca norte-americana manterá apenas o Centro de Desenvolvimento de Produto, na Bahia, e o campo de provas em Tatuí (SP) e sua sede administrativa para a América do Sul, ambos em São Paulo.

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Ford garante assistência e peças de reposição

A Ford garante que a marca manterá assistência total ao consumidor com operações de vendas, serviços, peças de reposição e garantia para seus clientes no Brasil e na América do Sul. 

“A Ford está presente há mais de um século na América do Sul e no Brasil e sabemos que essas são ações muito difíceis, mas necessárias, para a criação de um negócio saudável e sustentável”, disse Jim Farley, presidente e CEO da Ford. “

Em 2020, a Ford vendeu 119.454 automóveis. Isso representou uma queda de 39,2% na comparação com 2019. Foi a maior redução entre as marcas automotivas no país. A Ford ainda caiu uma posição no ranking de vendas das montadoras, ficando em quinto – atrás da Hyundai.

Estamos mudando para um modelo de negócios ágil e enxuto ao encerrar a produção no Brasil, atendendo nossos consumidores com alguns dos produtos mais empolgantes do nosso portfólio global.

 Jim Farley, presidente e CEO da Ford

Fim da produção deve atingir 5 mil funcionários

A marca ainda não informou quantos empregados serão afetados com a decisão. Fala-se e 5 mil. Na planta de Taubaté, cerca de 800 funcionários deverão ser desligados.

Já Camaçari empregava perto de 10 mil pessoas, quando deu início ao programa de demissão voluntária (PDV) no fim do ano passado. Horizonte, por sua vez, emprega 470 colaboradores.

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A empresa disse que irá trabalhar imediatamente em estreita colaboração com os sindicatos e outros parceiros no desenvolvimento de um plano “justo e equilibrado para minimizar os impactos do encerramento da produção”.

“Além de reduzir custos em todos os aspectos do negócio, lançamos, na região, a Ranger Storm, o Territory e o Escape, e introduzimos serviços inovadores para nossos clientes. Esses esforços melhoraram os resultados nos últimos quatro trimestres, entretanto a continuidade do ambiente econômico desfavorável e a pressão adicional causada pela pandemia deixaram claro que era necessário muito mais para criar um futuro sustentável e lucrativo”, observou Jim Farley.

Fábrica de caminhões já tinha dado adeus

A Ford já havia encerrado a produção de caminhões no Brasil, em 2019, como parte do seu plano de reestruturação. A unidade ficava em São Bernardo do Campo (SP) e operou durante 52 anos.

A fábrica do ABC paulista foi vendida em outubro passado para a Construtora São José e FRAM Capital. Na planta também era feito o Fiesta, que deixou de ser vendido no país.

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