Royal Enfield aposta em Interceptor e Continental GT para crescer no Brasil
- Carlos Henrique Bório
- 29 de janeiro de 2020
São José dos Campos (SP) e Paraty (RJ) – Uma moto que coloca um sorriso no seu rosto ao dobrar a esquina. Assim podemos definir o novo lançamento da Royal Enfield, as Twins Interceptor e Continental GT, apresentadas ao público brasileiro no Salão Duas Rodas 2019.
Primeiros modelos bicilíndricos da marca, daí a referência Twins (gêmeas, em inglês), eles fazem parte do plano de expansão da indiana Royal Enfield no segmento de motocicletas de média cilindrada.
Ambas são equipadas com o motor de dois cilindros e 650 cilindradas, com refrigeração a ar e a óleo. São 47 cv e 5,3 kgfm de torque a 5.200 rpm, com câmbio de seis marchas. A Interceptor pesa 202 kg e a Continental GT 198 kg.
Inspiração nas clássicas dos anos 60
A dupla vem com freios ABS, mas sem muita tecnologia, como nas concorrentes. O que faz o preço ser um grande atrativo para quem pretende fazer um upgrade ou mesmo começar a pilotar uma motocicleta de média cilindrada.
Inspiradas nas motos clássicas dos anos 60, tanto a Interceptor quanto a Continental GT foram idealizadas e produzidas em conjunto pelas equipes de Desenvolvimento de Produto da Royal Enfield na Índia e do novo Centro Tecnológico do Reino Unido. Ambas combinam visual clássico com instrumentos simples e de fácil pilotagem.
Diversão e segurança na pilotagem
Testamos os modelos num passeio entre São José dos Campos (SP) e Paraty (RJ). Foram mais de 400 quilômetros de estrada, com serras sinuosas e pesadas e asfalto liso e com boas retas. Resumindo, diversão pura.
A Interceptor é uma roadster, onde a posição de pilotagem é mais ereta e confortável, tem uma ótima suspensão, não há vibração do motor e a condução é segura e prazerosa.
Já a Continental GT é uma autêntica café racer, com a posição de pilotagem mais deitada, justamente para dar a sensação de estar numa corrida. A troca de marchas é perfeita e faz a GT ir ganhando velocidade com muita segurança.
E para comprovar a eficiência das duas, encaramos o percurso com chuva e neblina nas serras. Um desafio ainda maior para os jornalistas que participaram do test ride.
Preços agressivos para brigar com rivais
Para abocanhar o mercado e incomodar a concorrência, a Interceptor parte de R$ 24.990 e a Continental GT parte de R$ 25.990. Preços muito favoráveis pelos equipamento disponíveis e que devem fazer os concorrentes se movimentar.
“As Twins são um novo marco na história de 118 anos de motociclismo da Royal Enfield e chegam ao Brasil no momento ideal. O incremento em nosso portfólio atrairá um novo perfil de público para a marca. Os modelos serão fundamentais para o crescimento do segmento de média cilindrada no país.”
Claudio Giusti, diretor geral da Royal Enfield Brasil
Preços das linhas Interceptor e Continental GT:
Modelos | Preço | Cor Custom | Cor Chrome |
Interceptor 650 | R$ 24.990 | R$ 25.990 | R$ 26.990 |
Continental GT 650 | R$ 25.990 | R$ 26.990 | R$ 27.990 |
Expansão e montagem no Brasil
A marca de motos mais antiga no mundo (criada em 1901) está há quase três anos operando no Brasil, com lojas em cinco cidades: Brasília, Curitiba, São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto.
A previsão é a abertura de mais três concessionárias até março: uma no Rio de Janeiro, outra em Florianópolis e uma segunda unidade na capital de São Paulo.
A empresa, que produz as suas motos na Índia, confirmou a abertura de uma linha de montagem em Manaus. Ainda não há uma data definida, porém a expectativa é de que as operações comecem em 2021.
Segundo Vinod Dasari, CEO global da Royal Enfield, o chefe de manufatura da marca estará no Brasil em breve para se reunir com parceiros, ir a Manaus e avaliar as possibilidades da produção local.
Adotaria o sistema CKD (Complete Knock Down), com as motocicletas chegando da Índia completamente desmontadas. Nesse formato, não haveria redução nos preços para o consumidor final.
Terceira posição a longo prazo
A Royal vislumbra um futuro com protagonismo no mercado brasileiro, inclusive se tornando o segundo mais importante para a marca depois da Índia.
Essa confiança é traduzida pelo potencial do segmento de média cilindrada no país. Somos o segundo mercado no mundo, atrás justamente da Índia, na faixa de 250 cc a 750 cc – onde atua a Royal.
Dasari fala no terceiro posto a longo prazo, entre as que mais vendem em solo nacional. No entanto, há muito caminho a percorrer até chegar lá. Em 2019, a indiana figurou apenas na 14ª posição no ranking geral , com 1.445 motos comercializadas por aqui.
O jornalista viajou a convite da Royal Enfield
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