Ficar horas preso no trânsito ou economizar tempo e dinheiro? Para muitos brasileiros, a escolha é cada vez mais óbvia: a motocicleta. O aumento da frota de veículos nas cidades tem intensificado os congestionamentos. Além disso, combustíveis caros, impostos elevados e altos custos de manutenção estão levando motoristas a trocarem os carros por alternativas mais ágeis e acessíveis.

De acordo com o Ministério dos Transportes, em 2024, o Brasil alcançou a marca de quase 124 milhões de veículos em circulação. Isso representa um aumento de 4% em relação a 2023. Com esse crescimento, a demanda por meios de locomoção mais econômicos impulsionou a venda de motocicletas, que registraram um aumento de 18,6% no último ano.

Economia que faz a diferença

Comparando um carro de 1.0 a 2.0 com uma motocicleta de 150 a 300 cilindradas, a economia pode ultrapassar 50%. No consumo de combustível, a diferença é ainda maior. Com um gasto mensal de R$ 600 para carros e R$ 171 para motocicletas, considerando a gasolina a R$ 6,00 (valor de março de 2025) e uma quilometragem de mil quilômetros, a economia pode chegar a 72%.

Além disso, motocicletas possuem vantagens extras. Em muitos locais, contam com isenções ou tarifas reduzidas em estacionamentos e pedágios. Isso torna a escolha ainda mais vantajosa para quem quer gastar menos.

Antônio Marcos Grigonis, gerente de vendas da rede de concessionárias Honda Blokton, no Paraná, destaca outro fator que impulsiona as vendas. “O financiamento e o consórcio tornam a compra de motocicletas mais acessível. O maior volume de aquisições vem de novos condutores”, afirma.

Mercado em alta e tendência de crescimento

Em 2024, o setor de motocicletas alcançou 1.876.427 unidades vendidas no Brasil. Segundo a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas (Abraciclo), esse foi o melhor resultado em mais de uma década. No Sul do país, o crescimento superou a média nacional, chegando a 29,2%. O Paraná liderou o aumento regional, com um impressionante salto de 44,9% em relação a 2023.

Para 2025, as expectativas seguem otimistas. “Prevemos um aumento na produção nacional de 200 mil motocicletas, apesar de possíveis oscilações econômicas”, projeta Grigonis. A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) também aposta no crescimento das vendas. O setor de entregas, especialmente no delivery de alimentos, segue aquecido desde a pandemia da covid-19, impulsionando ainda mais o mercado.

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