Renault e Nissan decidiram unir a produção de seus carros, compartilhando a mesma plataforma, tecnologia e fábricas. A decisão faz parte da estratégia da aliança mundial, que inclui ainda a Mitsubishi.

As montadoras vão deixar de lado a meta de volumes de vendas de cada marca e apostar na fabricação em conjunto.

O grupo já tem uma arquitetura modular, a CMF, que possui algumas variantes de diferentes tamanhos. Ela deu origem ao Kwid (CMF-A). E da CMF-B surgirão as futuras gerações de Sandero, Logan, March e Versa.

Da mesma plataforma virão ainda Kicks, que vai abandonar a atual arquitetura “V”, Duster e Captur, esses nascidos do projeto BO.

Ou seja, no Brasil, hoje as quatro variantes existentes vão ser reduzidas a uma e usada tanto pela montadora francesa quanto a japonesa em 7 modelos citados acima.

A plataforma em comum será feita nas duas plantas brasileiras – São José dos Pinhais (PR) e Resende (RJ). Uma responsável pela produção de SUVs e a outra dos hatches.

Renault assume liderança na América do Sul

A Renault emitiu um comunicado no qual explica que a marca francesa vai assumir a liderança das operações na América do Sul, ficando responsável pelo desenvolvimento dos produtos, enquanto a montadora japonesa teria versões derivadas.

Determinados carros assumirão o papel principal dentro novo catálogo da Aliança e, a partir deles, nascerão modelos similares. Por exemplo, a Nissan Frontier seria considerada produto “matriz” e dela viriam outras  picapes irmãs, como é o caso da Renault Alaskan e a futura geração da Mitsubishi L200.

“Na América Latina, as plataformas de produto B serão racionalizadas, evoluindo de quatro variantes para apenas uma, tanto para produtos Renault como Nissan. Esta plataforma será produzida em duas plantas, cada uma produzindo para Renault e Nissan.”

Comunicado divulgado pela Renault.

Nissan assume os SUVs na Europa

A mudança já está sendo implementada na Europa. A CMF-B já serve de base para modelos compactos da trinca de montadoras, e  o próximo passo é a unificação dos modelos médios e grandes nas variantes CMF-C/D, e a CMF-EV para elétricos.

Por lá, caberá a Nissan liderar o segmento C-SUV após 2025. A Renault, por sua vez, tocará o segmento B. Já na Ásia o produto é que vai definir a marca responsável – lá, o Kicks usa plataforma do Duster, por exemplo. No Japão, a cooperação maior ocorrerá entre Nissan e Mitsubishi.

Em relação às tecnologias, a divisão ficará assim: a Nissan cuidará da condução autônoma e dos veículos elétricos com arquitetura CMF-EV, além dos modelos conectados na China.

A Renault ficará com a criação das centrais multimídias e sistemas eletro-eletrônicos dos veículos, como também da motorização com zero emissão de gases nas plataformas CMF-A/B. Por fim, a Mitsubishi tocará os projetos híbridos plug-in para os segmentos C e D.

Resposta da Aliança à crise da pandemia

A cooperação maior dentro da Aliança visa racionalizar e reduzir os custos de produção, aumentando assim a lucratividade. É a resposta para a crise que se instalou na indústria automotiva com a pandemia do coronavírus.

O objetivo é que até 2025 metade dos modelos da Aliança mundialmente seja desenvolvido sob essa nova estratégia.

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