Andamos no Taycan, a tradução 100% elétrica da esportividade Porsche
- Renyere Trovão
- 4 de novembro de 2020
A Porsche lança oficialmente no Brasil o Taycan, primeiro veículo 100 % elétrico da fabricante alemã. O sedã-cupê de quatro portas chega para provar que a tradição esportiva da marca também pode existir sem consumir uma gota de combustível.
Comercializado por aqui desde agosto, em pré-venda, o modelo já está disponível nas lojas em três versões:
Versões | Preços | Potência Torque | Autonomia |
---|---|---|---|
Porsche Taycan 4S | R$ 589 mil | 435 cv 530 cv* 65,2 kgfm | 463 km |
Porsche Taycan Turbo | R$ 809 mil | 625 cv 680 cv* 86,6 kgfm | 450 km |
Porsche Taycan Turbo S | R$ 979 mil | 625 cv 761 cv* 107,1 kgfm | 412 km |
O superesportivo com emissão zero de poluentes passa a figurar no segmento de elétricos premium, que, até então, só contava com SUVs/ crossovers. A lista tem o Audi e-Tron, Jaguar I-Pace e Mercedes-Benz EQC. Em 2021, desembarca também o Audi E-Tron GT.
Porsche Taycan com arquitetura elétrica de 800V
Apesar do sobrenome “Turbo” nas versões mais caras, o Taycan não vem com motores sobrealimentados. Ele é equipado com dois propulsores elétricos, um em cada eixo – no Turbo S o dianteiro é mais forte que o traseiro, daí a diferença de potência com o overboost no topo de linha.
O Taycan é pioneiro em usar uma arquitetura elétrica de 800V, que possibilita potência de até 270 kW.
Traduzindo, em apenas 5 minutos ele consegue recuperar 100 km de autonomia, enquanto que numa recarga de até 80% bastam apenas 22,5 minutos. Considerando, é claro, uma estação de carga ultrarrápida, recém-lançada no Brasil (leia mais abaixo).
Na recarga em uma tomada comum leva entre 6 a 8 horas para chegar aos 100%.
Controle de largada aumenta a diversão
Fomos conhecer o temperamento do Taycan no autódromo de VeloCitta, em Mogi Guaçu – a 162 km de São Paulo. Afinal, para sentir toda a força de um Porsche é preciso acelerar numa pista de corrida.
O zero a 100 km/h já revela do que ele é capaz: são 2,8 segundos na versão Turbo S. Desempenho que é vira uma patada a cada aceleração mais forte.
Ao usar o controle de largada, a sensação é de estar decolando num avião. São 107,1 kgfm de torque despejados imediatamente nas quatro rodas.
A pancada é grande quando se tira o pé do pedal de freio – o do acelerador já fica pressionado até o fundo. As 2,3 toneladas do cupê parecem “peso pena”, tamanha a facilidade que o Taycan dispara.
O câmbio automatizado de dupla embreagem com duas marchas, uma para cada motor, só aumenta a brutalidade na arrancada. Fincar o pé no acelerador resulta num impulso irracional e viciante.
A ficha técnica aponta para 260 km/h de máxima, empurrados pelos 761 cv atingidos com o overboost acionado. Na reta do Vello Citá consegui registrar no velocímetro digital 210 km/h, que só parou de subir porque a curva se aproximava rapidamente.
Modos de condução
A melhor performance é obtida com o modo Sport Plus, que, além de amplificar o ruído do motor, com um zunido mais grosso, também deixa o veículo mais ágil.
Ele fica mais colado ao chão em curvas e propicia retomadas ainda mais vigorosas. O ajuste é feito por um botão giratório no volante.
Vale ressaltar que o centro de gravidade do Taycan é mais baixo que o do 911. Ele ainda possui um coeficiente de arrasto de apenas 0,22 (Cx), o que faz dele o carro mais aerodinâmico que a Porsche já produziu em série.
Os modos de condução contam também com a opção Sport, que desce um degrau no comportamento dinâmico do Taycan, o Normal, para uma tocada mais convencional – apesar que para um Porsche, a diversão nas respostas estará sempre garantida.
Range para economia de energia
Mas estamos falando de um veículo elétrico, então a economia de energia é também importante. Por isso, há o modo Range. Habilitado, a regeneração das baterias nas frenagens e desacelerações ocorrem com maior eficiência.
Em contrapartida. o uso do ar-condicionado é reduzido e limita a velocidade a 150 km/h. Neste caso, nenhum problema para o rodar na cidade e estradas do Brasil.
Segundo a montadora, 90% das forças de frenagem são provenientes da recuperação de energia, e não do atrito criado pelos discos de carbono-cerâmica, acionados hidraulicamente.
O motorista ainda tem à disposição o modo Individual, no qual ele ajusta o comportamento do carro conforme sua preferência.
No asfalto impecável do VeloCitta não é fácil perceber o comportamento da suspensão a ar com três níveis de rigidez.
No entanto, os trechos de alta velocidade o modelo se mantém firme, especialmente nas curvas, sem passar qualquer susto ao condutor. As rodas aro 21 do Turbo S contribuem para a estabilidade e reação rápida do carro.
Interior todo digital
Por dentro, o Taycan é todo digital. Quase não há botões físicos. Os comandos são sensíveis ao toque. Até mesmo do botão de partida, que fica ao lado esquerdo do volante, típico da Porsche.
O painel traz quatro telas, sendo uma para a central multimídia dedicada somente para o passageiro. Há outra para os comandos do ar-condicionado de quatro zonas.
Um quinto display digital está disponível para os passageiros detrás regularem individualmente a temperatura.
Porsche Taycan é sucesso de vendas
O Taycan chega ao Brasil trazendo na bagagem um ótimo desempenho em vendas na Europa. É o modelo da Porsche mais emplacado por lá, superando o ícone 911 e as expectativas da marca.
A fabricante teve de recorrer à irmã Audi, emprestando 400 funcionários para ajudar na linha de produção do carro, devido ao alto número de pedidos.
Instalação gratuita do wallbox
No preço do Taycan já está embutido um wallbox com sistema de recarga de 11 kW, que leva 9 horas para atingir a carga completa.
E também a instalação residencial sem custo, feita por uma equipe enviada pela Porsche, que vai adequar a estrutura elétrica da casa para fornecer potência necessária ao carregador.
A partir de dezembro o cliente terá como opcional um carregador de 22 kW, que reduz para 4,5 horas o tempo de reabastecimento de energia.
A marca conta ainda com o programa Porsche Destination Charging gratuitos, com 64 estações de recargas espalhadas pelo Brasil atualmente.
Há ainda os pontos de recargas rápidos, em shoppings, hipermercados, centros comerciais, entre outros, que demanda 36 minutos para atingir 80% da carga.
Recentemente, a cidade de Caraguatatuba, no litoral Norte de São Paulo, foi a primeira no país e na América Latina a receber uma estação ultrarrápida, de 800 Volts – que fez o tempo de recarga diminuir cerca de 15 minutos.
O iniciativa é uma parceria da distribuidora de energia EDP e as fabricantes Porsche, Audi e Volkswagen. O projeto prevê também carregadores de 150 kW a 350 kW nas vias que ligam São Paulo, Rio de Janeiro, Vitória, Curitiba e Florianópolis.
Com a infraestrutura para os elétricos aumentando a cada ano, é possível pensar no Taycan como alternativa para quem iria comprar um Panamera, por exemplo.
Os preços de partida de ambos são praticamente os mesmos, considerando que o Panamera e-Hybrid custa R$ 1,2 milhão, ou cerca de R$ 300 mil a mais que o topo de linha do elétrico.
FOTOS: Renyere Trovão e Porsche Divulgação
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