Avaliação: Fiat Cronos 1.3 é econômico no consumo e nos itens de série
- Renyere Trovão
- 14 de maio de 2020
O Cronos 1.3 flex manual é a porta de entrada da Fiat para quem busca um sedã compacto com apelo mais premium, pelo menos no visual e no acabamento.
Com etiqueta de R$ 74,5 mil (preço atualizado em 13/8/21), a marca abdicou de rechear essa versão com itens de série para deixá-la numa faixa de preço que possa duelar com sedãs menores e campeões de vendas, como Chevrolet Onix Plus e Hyundai HB20 S.
Essa versão é o que chamamos de carro “pelado”. Mas nem por isso, o modelo decepciona. Há quesitos em que ele vai muito bem, como espaço e motorização.
É o que você confere na avaliação abaixo. Atribuímos notas de 1 a 5, representadas pela nossa logomarca com o raio estilizado.
Fiat Cronos aposta em design “esportivo”
O Fiat Cronos é um dos modelos que mais se aproximam dos traços italianos da marca em relação ao design.
Ele exibe um visual que flerta com a esportividade. Apesar de trazer o mesmo recorte dos faróis do Argo, tem personalidade própria, como na grade em preto brilhante com filetes horizontais ondulados e o desenho das lanternas.
O capô exclusivo se projeta mais à frente em relação à grade e traz uma saliência central que transmite musculatura ao carro.
Já a a linha do teto desce suavemente até o porta-malas e forma um conjunto harmonioso com a traseira curta e alta e o spoiler integrado à tampa.
As belas lanternas bipartidas e horizontais, a la Audi A3, ficam ainda mais charmosas com a iluminação em led.
Rodas de aço com calotas e o nicho para a luz de neblina, mas sem o dispositivo auxiliar de iluminação.
Sedã tem porta-malas generoso
O Fiat Cronos, feito na Argentina, tem uma plataforma própria, a MP-S (Modular Platform Sedan), criada exclusivamente para ele.
Com isso, apesar de o entre-eixos ser idêntico ao do Argo – 2,52 m – o sedã é bem mais comprido (4,36 x 4,00 m).
Isso garante um espaço interno sem apertos para as pernas mesmo quando os bancos dianteiros estão totalmente recuados.
Já o ocupante do meio vai se incomodar um pouco com o túnel central elevado. E os passageiro mais altos estão sujeitos a ter de curvar a cabeça para não encostá-la no teto.
O Cronos tem o segundo maior porta-malas da categoria: 525 litros.
Comparativo de porta-malas
Modelo | Porta-malas |
---|---|
Toyota Etios Sedan | 562 l |
Fiat Cronos | 525 l |
Volkswagen Virtus | 521 l |
Renault Logan | 510 l |
Nissan Versa | 482 l |
Volkswagen Voyage | 480 l |
Toyota Yaris Sedan | 473 l |
Chevrolet Onix Plus | 469 l |
Hyundai HB20 S | 450 l |
Ford Ka Sedan | 445 l |
CAOA Chery Arrizo 5 | 430 l |
Porta-trecos reduzidos. O das portas dianteiras tem o acesso prejudicado pela presença dos puxadores logo acima.
A versão testada pelo TrovãoMotor.com é a de entrada, o que significa uma lista limitada de itens de série, comum na maioria das versões que abrem a linha de compactos no Brasil.
Se quiser um veículo mais equipado, o comprador terá de recorrer a acessórios vendidos separadamente, pois não há pacotes opcionais – apenas a pintura sólida branca (R$ 990) e a metálica prata (R$ 1.790).
Para um modelo de R$ 62,3 mil, faz falta vidro traseiro e retrovisores elétricos, controles de tração e estabilidade (serão obrigatórios em todos os carros a partir de 2022), auxiliar de partida em rampa, sensor de ré e central multimídia — há apenas o rádio com USB/ AUX/ bluetooth.
Sem contar a ausência de luz de neblina e de rodas de liga leve – é de aço com calota aro 15.
Alguns dos componentes começam a aparecer na versão logo acima, a 1.3 Drive, que parte de R$ 65,8 mil (R$ 3,5 mil a mais).
Chave canivete com telecomando para abertura das portas, vidros e porta-malas.
Abertura do vidro traseiro por manivela e porta-objeto minúsculo, prejudicado pelo puxador.
Confira os principais itens de série:
- direção elétrica.
- painel de instrumentos com tela de 3,5″ e velocímetro digital.
- ar-condicionado manual.
- computador de bordo.
- sistema de partida a frio sem tanque auxiliar de gasolina.
- volante multifuncional (comandos para uso do telefone e computador de bordo na frente, e do áudio por botões atras) e com regulagem de altura.
- sistema de monitoramento de pressão dos pneus.
- entrada USB e AUX no console.
- Pneus verdes com baixa resistência ao rolamento.
Textura rebuscada e display digital
O ponto forte do Cronos é a sofisticação na cabine, melhor até que alguns sedãs de segmento superior.
O painel emprega plástico rígido, de boa qualidade, com uma textura rebuscada na parte de cima e também nas portas.
Ele é dividido por uma peça cinza projetada que passa a percepção de ser em aço escovado, mas é plástico mesmo – este acabamento se replica nas laterais do console central onde fica a transmissão.
Há uma porção de tecido no encosto que serve de base para os comandos do vidro elétrico nas portas dianteiras.
Superfície com muitos vincos
Ponto positivo para o design recheado de vincos e com diferentes níveis na superfície, quebrando a monotonia das linhas retas.
As saídas de ar, redondas no centro e quadrada nas laterais, complementam o ar mais requintado da cabine.
Quadro de instrumentos
Os mostradores de velocidade e conta-giros são analógicos e exibem um grafismo clássico em branco, com detalhes em vermelho.
O destaque é a tela digital de 3,5″ com várias informações de condução do veículo, como velocímetro digital e dados de viagem. Só faltou ser mais colorido.
Acabamento com material de qualidade e desenho do painel e das saídas de ar de bom gosto.
Porta-treco abaixo da ventilação lateral é muito projetado e alvo de joelhadas ao sair ou entrar no carro.
Fiat Cronos 1.3 entrega baixo consumo
O motor é o 1.3 Firefly, já usado pelo Argo, que rende de 109/101 cv e 14,2/13,7 kgfm de torque (e/g) e é gerenciado pela transmissão manual de cinco velocidades.
Moderno, ele se destaca pelo baixo consumo. Durante a avaliação, registramos 9,5 km/l de etanol na cidade e 11,7 km/l na estrada – melhores que os dados de fábrica que são de 8,5/ 10,3 km/l, respectivamente.
Com gasolina no tanque, a Fiat informa excelentes 12,4/ 14,8 km/l (cidade/ rodovia).
Respostas rápidas
A família Firefly veio para entregar mais força em baixa rotações. É assim no Argo e Uno e se repete no Cronos. Para a cidade, é prazeroso sair de semáforos e cruzamentos com respostas rápidas.
E na estrada garante ultrapassagens e retomadas com segurança, evoluindo bem na aceleração. Lembrando que o carro estava abastecido com etanol, o que significa 8 cavalos a mais do que somente com gasolina.
Claro que não é igual aos motores 1.0 turbo que começam a invadir o segmento de entrada, caso de Virtus, Onix Plus e HB20 S – o Cronos deve receber em algum momento o 1.0 turbo da Fiat, a ser lançado em 2021.
O câmbio do Cronos repete a de outros modelos da Fiat. É suave nos encaixes, contudo o curso longo exige mais atenção para “encontrar” a marcha correta.
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Som mais grave do 1.3
O 1.3 Firefly tem como característica um som mais ruidoso e grave, que até lembra uma turbina.
Na cidade, soa agradável aos ouvidos. Porém, na estrada, quando o giro passa das 3 mil rpm, o barulho invade a cabine e aí poderá incomodar quem prefere o sossego ao viajar.
Bom comportamento dinâmico
A presença do terceiro volume e a maior rigidez torsional deixam o Cronos mais acertado em dinâmica do que o Argo, principalmente na estrada.
A suspensão foi modificada para transmitir um nível acima de conforto e maciez aos ocupantes em relação ao hatch, mesmo em pisos irregulares.
Na hora das manobras, a direção elétrica cumpre o seu papel de deixar o volante leve, sem esforço para o motorista.
Os freios são a discos na dianteira e a tambor na traseira.
O motor 1.3 Firefly é esperto, principalmente em velocidades mais baixas, na cidade.
Apesar de preciso nos engates, o câmbio tem curso longo, o que pode dificultar achar a marcha correta.
Ótimo espaço, econômico e visual bonito
O título acima já resume o meu parecer sobre o Cronos 1.3 flex. É para quem está de olho num sedã compacto de entrada e prioriza bom volume no porta-malas, consumo baixo e visual que agrada o olhar.
E também que abra mão de alguns mimos e até de itens de segurança importantes, como o controle de estabilidade e sensor de ré, por exemplo – o segundo dispositivo até pode ser colocado à parte por R$ 379.
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Na faixa de preço dele temos tem a concorrência do Chevrolet Onix Plus 1.0 turbo, por 68.390 (preço atualizado em 13/8/21), e Hyundai HB20 S 1.0 aspirado, por R$ 67.890 (preço atualizado em 13/8/21), porém com espaços mais reduzidos.
Em contrapartida, entregam mais airbags, controle de estabilidade e de tração, sensor de ré, assistente de partida em rampa, vidro elétrico nas quatro portas, multimídia, entre outros.
Fotos: Renyere Trovão/ TrovãoMotor.com
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Comments (2)
Geuson P de Souza
09 maio 2022Achei o carro com um visual top e o bom que é econômico o motor 1.3
Josuilton Correia
19 fev 2024Faz negócio?