Fiat Strada: nova geração é revelada; versões, motores e itens de série

Renyere Trovão
7 de abril de 2020

A pandemia do Covid-19 adiou o lançamento da nova geração da Fiat Strada para o dia 26 de junho. E a picape renovada já não é mais segredo. Quase todos os detalhes foram divulgados e você confere a seguir como ficou a líder de vendas do segmento de comerciais leves há 20 anos.

Novas versões e inédita cabine dupla

O modelo virá em três versões, adotando as nomenclaturas da Toro. A de entrada será a Endurance, a intermediária, a Freedom, e a topo de linha, Volcano, que é a principal aposta da montadora e substitui a Strada Adventure.

As opções de cabine são a simples, com mais espaço atrás dos bancos, e a dupla, esta com quatro portas e capacidade para levar até cinco passageiros – algo inédito entre as picapes compactas. As cabines estendida e com três portas saem do catálogo.

Fiat Strada nova geração — Foto: Divulgação/ Fiat

Os preços não foram anunciados oficialmente, porém informações de bastidores mostram que a tabela atual deve ser mantida, isso se os efeitos do coronavírus, como a alta do dólar, por exemplo, não forçarem a Fiat a mexer na previsão inicial. As estimativas são:

Endurance 1.4 flex: R$ 65 mil (cabine simples) e R$ 72 mil (cabine dupla).
Freedom 1.3 flex: R$ 73 mil (CS) e R$ 80 mil (CD)
Volcano 1.3 flex: R$ 85 mil (CD)

A montadora decidiu manter a configuração de trabalho 1.4 Hard Working, cabine simples, até o fim do próximo ano para as vendas diretas. O preço atual é de R$ 54.990.

Ela sairá de linha em 2022 quando então a legislação brasileira passará a exigir controles de estabilidade e de tração em todos os veículos novos produzidos no país – a nova geração já vem de série com os dispositivos de segurança.

Mini Toro, com pitadas de Mobi e Uno

A Fiat já havia divulgado uma imagem da nova Strada que confirmava a semelhança com a irmã maior Toro. O design do capô, cabine, cintura, caçamba e lanternas já valem o apelido de mini Toro.

Apesar de a frente do carro ter bebido de outras fontes dentro da marca, não há como fugir da comparação visual. Mas serão poucos os que dirão que esse ar de “Torinho” não caiu bem para a veterana Strada, no mercado brasileiro há 22 anos.

Ela não exibe a mesma divisão do conjunto óptico em três níveis como na Toro, e sim mantém o estilo tradicional. O contorno dos faróis remetem ao do Mobi.

Destaque é a iluminação em led na topo Volcano, com a luz halógena apenas para o pisca e faróis de neblina.

Do Mobi também saíram o para-brisa e o componente externo das portas dianteiras. Detalhe é a presença de uma falsa saída de ar do capô, na cor preta e em plástico, fixada entre as portas e o paralamas.

Já a traseira seria a da Toro escrita se não fosse alguns pequenos detalhes que a diferem da irmã maior.

É o caso da abertura convencional da tampa da caçamba. Na Toro, a peça é bipartida e se abre para os lados.

E também no formato quadrado das luzes de freio e de posição nas lanternas. Por falar nelas, o desenho é idêntico ao da picape maior, com prolongamento em direção às laterais.

Interior remete ao dos hatches compactos

Ao olhar a cabine da nova geração da Strada percebemos algo já visto em outros carros da Fiat: sim, o Uno e próprio Mobi. Inclusive na profusão de plástico rígido no acabamento.

As semelhanças seguem no desenho do volante multifuncional (porém, com base reta) e os botões de comando no formato quadrado. O revestimeno é em couro na Volcano.

O quadro de instrumentos também remete ao dos hatches compactos. Há uma tela central maior exibindo informações digitais, como de velocidade, consumo pressão dos pneus, entre outros.

Envolvendo-a está o velocímetro analógico e nas laterais ficam posicionados os marcadores analógicos de consumo e conta-giros, tal qual no Uno e Mobi.

A similaridade se estende ainda para a manopla do câmbio manual e nicho dos comandos do ar-condicionado. As teclas de alguns comandos do veículo foram para cima da tela da central multimídia. Nos hatches, elas ficam embaixo.

A imagem da cabine da Strada Volcano exibe o botão de acendimento da luz de neblina, pisca alerta, avisos sonoros do sensor de estacionamento, do controle de tração e da luz de iluminação em led da caçamba, uma novidade da segunda geração.

A escolha por componentes já fabricados pela marca facilita a produção em larga escala e, claro, diminui sensivelmente o seu custo.

Os bancos são exclusivos da picape e possuem opção de airbag lateral. O modelo ganhou ainda apoio de cabeça e cinto de segurança de três pontos para todos os ocupantes e ganchos Isofix.

Direção elétrica e nova multimídia

A nova Strada se rende à direção elétrica, que deixa o volante mais leve para as manobras. Mas está presente somente na motorização 1.3. A 1.4 segue com o sistema hidráulico.

A tecnologia está presente na central multimídia Unconnect da FCA, com tela capacitativa de 7 polegadas. Ela virá renovada com conexão Android Auto e Apple Carplay via bluetooth, ou seja, sem a necessidade do uso cabo ligado ao smartphone. É um recurso visto até então em carros mais caros.

Motor 1.3 do Argo e consumo

A nova geração da Strada vem equipada com o motor 1.3 flex, da família FireFly, nas versões Freedom e Volcano – sai de cena o 1.8, de 132 cv, usado pela Adventure.

É o mesmo que move o Argo e o Cronos. São 109/ 101 cv e 14,2/ 13,7 kgfm de torque (etanol/ gasolina). Na opção de entrada Endurance foi mantido o conhecido 1.4 EVO, de 88/85 cv e 12,5/ 12,4 kgfm (e/g). Ambos sempre conectados ao câmbio manual de 5 marchas.

Num segundo momento, a picape compacta adotará o câmbio automático do tipo CVT, além do novo propulsor 1.0 turboflex, a ser produzido no próximo ano em Betim (MG).

A versão Volcano 1.3 acelera de 0 a 100 km/h em 11,2 segundos e atinge 168 km/h de máxima. O consumo é de 8,4/ 12,1 km/l na cidade (e/g) e 9,4/ 13,3 km/l na estrada (e/g) com a caçamba vazia.

A picape ficou mais leve, com 1.102 kg, contra 1.253 da antiga geração.

Vocação de trabalho mantida

A montadora manteve a vocação robusta e de trabalho que faz da Strada um sucesso de vendas. A plataforma é a nova MPP, que mistura elementos estruturais de Argo, Mobi e Fiorino e traz 12% a mais de rigidez torcional do chassi.

A arquitetura da suspensão traseira manteve o eixo rígido (que liga as duas rodas) com feixe de molas – ideal para o transporte de carga. Na frente, a suspensão é MacPherson.

O controle de estabilidade virou de série e vem acompanhado do recurso de bloqueio eletrônico do diferencial, no lugar do antigo bloqueio mecânico Locker, oferecido pela Adventure.

Capacidade da caçamba e dimensões

A caçamba da cabine dupla cresceu consideravelmente e agora pode levar até 650 kg e 844 litros de volume. A solução foi a retirada do estepe da caçamba e o reposicionamento na parte inferior do compartimento. Já a cabine simples transporta 720 kg e 1.354 litros.

Aliás, a caçamba passará a contar com um sistema de amortecimento que alivia o peso da tampa em 60%, na abertura e fechamento (presente na rival VW Saveiro).

O comprimento da caçamba é de 1,71 metros (CS) e 1,17 m (CD). Já a altura do solo traz bons 23,2 cm, favorecendo o ângulo de entrada de 23,2 graus e de saída de 28,4 graus – no caso da cabine dupla.

A segunda geração cresceu em relação a atual. São 4 cm a mais no comprimento (4,48 m), 7 cm mais larga (1,73 m) e 2 cm mais longa na distância entre os eixos (2,73 cm). Só a altura diminuiu, em 3 cm (1,59 m).

Com isso, desfaz a previsão de que teria o porte da Renault Oroch – 4,69 m (comprimento), 1,82 m (largura); 1,69 m (altura) e 2,82 m (entre-eixos).

Pelos números do interior, a Strada de quatro portas poderá levar quatro passageiros confortavelmente. O banco traseiro ficou 10 cm mais alto e o teto foi elevado em 4,2 cm.

A Fiat lançou um hotsite da nova Strada (www.fiat.com.br/novastrada) para os interessados se cadastrarem e receber mais informações sobre o carro.

Versões e preços estimados

Strada Endurance 1.4

R$ 65 mil (CS)

R$ 72 mil (CD)

Direção hidráulica, com ajuste de altura;
controles de tração e estabilidade com assistente de partida em rampas;
ar-condicionado;
airbags laterais
apoio de cabela e cintos de três pontos para todos os ocupantes (CD);
isofix (CD);
computador de bordo;
luz diurna em led (DRL);
protetor de caçamba;
iluminação de caçamba em led;
porta-escada;
para-choques sem pintura e rodas de aço aro 15 com calotas.

OPCIONAIS

Pack Worker (*R$ 2,5 mil): alarme, travas e vidros elétricos, brake light, banco do motorista com ajuste de altura.
Pack Áudio (*R$ 2,5 mil): rádio, porta USB frontal e volante multifuncional.
Pack Tech (*R$ 3,5 mil): multimídia com tela de 7″, display digital de 3,5″ no painel de instrumentos, duas portas USB, câmera de ré e sensor de estacionamento.