Mercedes-Benz lança o eO500U, o primeiro ônibus elétrico da marca no Brasil

Mercedes-Benz lança o eO500U, o primeiro ônibus elétrico da marca no Brasil

A Mercedes-Benz lançou nesta quarta-feira (25) o seu primeiro ônibus elétrico no Brasil, o eO500U. A versão 100% movida a energia limpa do chassis O500 a diesel é voltada para o transporte urbano e foi desenvolvida pela engenharia brasileira da marca.

A chegada ao mercado está prevista para 2022 na tração 4×2. A novidade também será exportada para outros países da América Latina, além de Europa e Oceania.

Padron de piso baixo, ele poderá receber carroçarias de até 13,2 metros de comprimento. A autonomia prevista é de 250 km, a maior entre ônibus elétricos no Brasil, além entregar a maior capacidade de transporte de passageiros neste segmento, com 83 passageiros, sendo 29 deles sentados.

Chassi de ônibus elétrico da Mercedes-Benz do Brasil
Chassi de ônibus elétrico desenvolvido pela Mercedes-Benz do Brasil. Foto: Malagrine Estúdio/ Divulgação MBB

A Mercedes-Benz também vai oferecer em breve versões maiores e menores, segundo Walter Barbosa, diretor de ônibus da marca. As vendas do começam em São Paulo e, num segundo momento se estendem às demais cidades brasileiras. Curitiba, Rio de Janeiro, Salvador e Vitória serão as próximas.

A escolha por iniciar a pela capital paulista não é por acaso. Além de ser o maior mercado nacional, ele também é regulado por uma lei, de 2017, que estabelece metas de redução de poluentes.

Para rodar em São Paulo, os ônibus deverão poluir 50% menos até 2027. Para 2037, a meta é zerar as emissões. Ou seja, somente modelos elétricos vão conseguir atender essas exigências.

Valores do ônibus elétrico três a quatros vezes maior

A empresa da estrela de três pontas pretende vender entre 50 e 150 unidades no primeiro ano após o lançamento. E o objetivo é conquistar 10% do mercado de ônibus elétricos em 2027. 

A Mercedes não antecipou valores, porém informou que o chassi do ônibus elétrico pode custar de três a quatro vezes mais que um chassi similar a diesel.

Em contrapartida, a estimativa é que ônibus elétricos tenham custo de manutenção preventiva cerca de 50% menor, além de a energia elétrica ser de 30% a 40% mais barata que o diesel. A previsão de retorno do investimento é de 10 a 15 anos.

Ônibus elétrico da Mercedes-Benz com padrão europeu

O painel de instrumentos da versão elétrica do O500 é novo. Foto: Malagrine Estúdio/ Divulgação MBB

O chassi eO500U conta com dois motores elétricos nos eixos traseiros. Eles desenvolvem potência máxima de 380 cv e constante de 250 cv. Para o motorista e passageiros, a experiência de condução é mais suave e totalmente silenciosa.

A autonomia pode chegar a 250 km na opção com quatro pacotes de bateria. Há ainda a opção de seis pacotes de baterias, cujo autonomia sobe para até 300 km.

A recarga do ônibus elétrico é do tipo plug-in, no mesmo padrão usado pela Daimler em seus ônibus elétricos na Europa, levando de 2,5 h a 3 h de duração para a recarga completa.

O modelo vem ainda equipado com freio eletrônico EBS e sistema de regeneração de energia. O painel de instrumentos é novo e traz informações específicas do motor elétrico, das baterias e dos demais sistemas eletrônicos.

O eO500U é uma solução que reforça o compromisso da nossa marca em oferecer uma alternativa sustentável para a mobilidade urbana aliada à eficiência tecnológica e econômica para as empresas de ônibus e gestores do transporte coletivo.

Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil
Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil
Walter Barbosa, diretor de Vendas e Marketing Ônibus da Mercedes-Benz. Foto: Malagrine Estúdio/ Divulgação MBB

Projeto eO500U consumiu R$ 100 milhões

O projeto eO500U começou há cinco anos e consumiu R$ 100 milhões, do total de R$ 2,4 bilhões previstos do atual ciclo de investimentos da fabricante no país, de 2018 a 2022.

Esse é apenas o primeiro passo da Mercedes-Benz do Brasil no caminho da eletromobilidade, afirma Karl Deppen, presidente da Mercedes-Benz do Brasil & CEO América Latina.

Líder do segmento de ônibus, o braço brasileiro da montadora também é o Centro Mundial de Competência da Daimler para desenvolvimento de chassis de ônibus da marca.

“Temos uma expertise sólida nesse segmento de veículos. Seguimos trabalhando para todos que movem o mundo. E com muita energia, estamos novamente fazendo história no Brasil”, destaca Deppen.

Infraestrutura e suporte para clientes

Com a entrada na era da eletromobilidade no mercado nacional, a Mercedes pretende dar todo o suporte para que os os clientes trabalhem com segurança em sua operação e em seus negócios.

A gama de serviços incluirá uma consultoria especializada às empresas de ônibus e aos gestores do transporte coletivo urbano em relação ao funcionamento do veículo, à infraestrutura de abastecimento de energia e de recarga das baterias e à gestão de frota com ônibus elétricos.

Estaremos com os clientes em todo o novo ciclo do nosso veículo, tanto brasileiros como os latino-americanos. Sempre visando a eficiência tecnológica e de custos operacionais que irá garantir a viabilidade dessa solução para as empresas de transporte de passageiros.

Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil

Segundo a Mercedes-Benz, o chassis elétrico foi amplamente testado na Alemanha, onde contou com a expertise da Daimler em ônibus elétrico.

Chassi de ônibus elétrico desenvolvido pela Mercedes-Benz do Brasil. Foto: Malagrine Estúdio/ Divulgação MBB

Eletrificação pelo ônibus

Na visão da Mercedes-Benz do Brasil, a aposta na eletrificação deveria começar pelos ônibus, e não pelos caminhões, uma vez que impacta mais as pessoas e a sociedade do que o caminhão.

Além disso, a operação de caminhões é mais restrita por causa da falta de infraestrutura. “Como o ônibus não será recarregado na rua, o investimento pode ser feito de forma pontual”, ressalta Roberto Leoncini, vice-presidente de Vendas e Marketing Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil.

O modelo vai trabalhar com diferentes tipos de encarroçadoras do país. Nas imagens que ilustram essa matéria, a “carcaça” é da Caio. A marca ainda seguirá apostando em outras alternativas, como os biocombustíveis Biodiesel e HVO, além do próprio diesel.

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