Salão de São Paulo 2020 é cancelado após baixa de várias marcas

Trovão Motor.com
6 de março de 2020

O Salão do Automóvel de São Paulo 2020 acabou cancelado após a baixa de várias marcas importantes no mercado brasileiro, como Chevrolet, Toyota e Volkswagen. A feira, prevista para novembro deste ano, deve acontecer em 2021. A mudança foi anunciada nesta sexta-feira (6) pela Anfavea – associação que reúne as fabricantes no Brasil.

Por enquanto, a nova data não foi definida, mas é possível que seja ainda no primeiro semestre do próximo ano.

A decisão atendeu a um consenso entre as montadoras, que estavam insatisfeitas com o formato, sem a possibilidade de venda de carros durante o evento, o que gerava um baixo retorno diante do alto investimento na participação.

Para ter um estande no salão, as marcas desembolsam de R$ 4 milhões (montadoras menores) a R$ 20 milhões (as líderes de mercado, como Chevrolet e Volkswagen), segundo apuração do site AutoEsporte.

Salão de São Paulo é cancelado — Nas últimas edições, o Salão de São Paulo atraiu cerca de 700 mil pessoas. Foto: Divulgação

A Reed Exhibitions informou que 15% do que é gasto pelos participantes ficam organização. A empresa é responsável pela locação dos espaços no pavilhão e em fornecer infraestrutura, como energia elétrica, por exemplo.

Já outros 45% são consumidos pela montagem do estande, que geralmente conta com grandes painéis de led e pisos elevados, além de áreas VIPs e salas de reunião.

Os 40% restantes, de acordo com a Reed, são usados para pagar custos de logísticas, como transporte dos carros e gastos com bufê e funcionários (recepcionistas e modelos).

Venda de carros no salão em debate

O presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, explicou que os envolvidos vão debater a questão dos custos para encontrar um equilíbrio. A questão de negociar veículos durante a feira também “está na mesa”.

A associação estuda o formato baseado em outros salões ao redor do mundo e também em feiras de sucesso, como a própria Fenatran – exposição de veículos comerciais.

O evento do transporte é tido pelas fabricantes e visitantes como uma ótima oportunidade de negócio. Bienal, como o Salão de Salão de São Paulo, a Fenatran está confirmada para 2021.

Moraes revelou ainda que está se discutindo, inclusive, o local do evento e até mesmo a cidade.

No entendimento das montadoras, o São Paulo Expo, que recebe a mostra desde 2016, oferece um bom espaço, porém o acesso é um empecilho.

O presidente da Anfavea ressaltou o retorno que a feira dá à cidade-sede. Para São Paulo, para se ter uma ideia, o evento movimenta R$ 320 milhões na economia local e gera 30 mil empregos temporários, de acordo com a entidade.

“Em conjunto com a Reed, tomamos a decisão de adiar a edição do Salão de 2020 para reduzir custos e termos tempo de avaliar novos formatos. A revisão do Salão não é um movimento local, está acontecendo em todos os países do mundo e pelos mesmos motivos.”
Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea

Salão de SP entre os maiores do mundo

O Salão de São Paulo completaria 60 anos em 2020 e com status de ser um dos maiores do mundo em visitação. Nas últimas edições, atraiu cerca de 700 mil.

E nos últimos anos vinha se notabilizando por apresentar lançamentos importantes para o mercado brasileiro e até global. Na edição de 2020, as marcas que já estavam confirmadas, preparavam exibições importantes d estreias previstas para 2021..

É o caso da Fiat-Chrysler com o Jeep Compass e Renegade híbridos plug-in e o Fiat 500 elétrico. A Nissan deveria mostrar o Kicks reestilizado com motor híbrido e-Power, enquanto a Volkswagen revelaria a versão final do Tarek, SUV que chegaria para competir com o Compass.

Em nota, a Reed informou que será “um grande desafio propor um novo Salão do Automóvel alinhado com as expectativas do público visitante e com a nova realidade das montadoras”.

E empresa disse que está focada na solução deste impasse e comprometida em entregar a melhor edição do Salão do Automóvel em 2021.