DMK 2020: Kombi vira casa, parceira de acampamento e até veículo de arrancada

DMK 2020: Kombi vira casa, parceira de acampamento e até veículo de arrancada

Curitiba foi uma das milhares de cidades pelo mundo que comemoraram o Dia Mundial da Kombi neste domingo (8). E a edição 2020 teve um motivo especial para os fãs do Volkswagen: a Velha Senhora completava 70 anos de fabricação.

Quem prestigiou o evento em frente ao Palácio Iguaçu, no Centro Cívico, saiu de lá ainda mais admirado com o amor do dono pela sua Kombosa (confira o vídeo do evento). É uma relação afetiva que, talvez, só o proprietário de Fusca saiba explicar.

Bastava puxar um papo com alguns dos expositores para ouvir histórias incríveis vividas com a Larissa, Lola, Lucinda, Tereza e outros tantos nomes que, carinhosamente, são dados à Kombi.

“Kombeiro que se preze tem de batizar a sua com um nome feminino”, pontuou Edson Galarce, 60, um dos contadores de histórias presentes ao evento organizado pelo Kombi Clube Curitiba (KCC) e VW do Brasil SJP.

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Foto: Renyere Trovão

O projetista mecânico de São José dos Pinhais (PR) realizou um antigo desejo assim que se aposentou em 2013: comprar uma Kombi e mobiliá-la para futuras viagens.

Pagou R$ 26 mil por um modelo 2012 e outros R$ 23 mil para colocar armários, cama, pia, televisão, frigobar, micro-ondas, tudo encaixado sob medida. “Eu mesmo projetei os móveis com isopor para depois levar ao marceneiro”, ressaltou.

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Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Kombi Larissa, de Edson Galarce, é equipada com uma placa solar no teto. Foto: Renyere Trovão

Para gerar energia aos equipamentos eletrônicos e alimentar a bateria, Edson instalou uma placa solar na parte de cima do veículo. No início, a mulher Dalimar Galarce era contrária à ideia do marido, mas logo foi contagiada pelo carisma da Kombi e acabou até ajudando na decoração do interior.

Por enquanto Edson só roda com a sua Larissa em exposições de carros antigos, mas em breve pretende pegar a estrada. “Só estou criando coragem para fazer uma viagem longa.”

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Edson e Dalimar Galarce na Kombi Home. Foto: Renyere Trovão

Morar na Kombi e viajar pelo Brasil

Coragem que sobrou ao pernambucano Augusto Raposo de Andrade Gomes, 33, quando decidiu em 2016 morar em sua Kombi e viajar pelo Brasil.

A ideia era viver nesse novo estilo por 10 anos, mas uma problema de saúde encurtou o projeto para três anos. “Rodei o país de Norte a Sul duas vezes com a Kombi, mas tive de parar em 2019”, relatou o customizador de veículo, que atualmente reside em São José dos Pinhais.

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Kombi transformada em veículo de arrancada por Augusto Andrade. Foto: Renyere Trovão

Augusto encontrou sua Kombi 1989 abandonada num orfanato em Pirenópolis, cidade goiana que morava antes de virar um cidadão das estradas. “A pintura estava original, mas não havia motor. Paguei R$ 5,5 mil por ela”, contou.

O projeto inicial era trabalhar com transporte de turismo, porém na terceira viagem ele desistiu do trabalho para criar sua “Kombi Home”. “Coloquei cama, chuveiro, rack de teto, televisão, fogão e baú.”

Neste período errante ele conheceu e casou-se com a chilena Yessenia Bratti, mochileira que lhe fez companhia por 1 ano e meio até ela decidir voltar para o seu país.

“Ela não aguentava ficar só dentro da Kombi rodando pelas estradas. Queria conhecer os lugares também e eu parava pouco nas cidades”, revelou Augusto.

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba

Sem a possibilidade de seguir viajando, o pernambucano resolveu tirar do papel outro projeto: transformar a perua num veículo de arrancada. Com a experiência de quem também é piloto de motocross, Augusto começou a dar vida a sua máquina de corrida.

Retirou as peças que deixavam o veículo pesado, adicionando componentes em fibra, desenvolvidos por ele mesmo, como para-choques, aerofólio e janelas (cada uma pesa 410 gramas, ante o 1,7 kg das originais).

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Foto: Renyere Trovão

Acrescentou também banco tipo concha, suspensão retrabalhada, rodas de alumínio aro 14 e mecânica de competição, com motor 1.7, câmbio de acionamento rápido e dois carburadores. O conjunto rende perto de 110 cv – o dobro da potência do motor original da Kombi. A velocidade final alcança 150 km/h.

O propulsor, aliás, possui um sistema de refrigeração inusitado: uma caixa para gelo foi incorporada ao compartimento do motor na traseira.

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Caixa de gelo (à esq.) foi incorporada para ajudar na refrigeração do motor. Foto: Renyere Trovão

“Kombis de arrancada são raras. Sei de uma aqui em Curitiba e outra em Cascavel. Quero finalizar logo o projeto para acelerar nas pistas”, diz Augusto, que também é proprietário da empresa Kamikaze Kustoms.

Paixão motivada pelo espírito aventureiro

As amigas Marisa Loiola Castro, 57, e Roseli Martins, 59, se conheceram graças à Kombi. Ambas têm como hobby acampar e buscavam um veículo que pudesse transportar os acessórios para a prática ao ar livre.

Diante do mesmo propósito, elas acabaram se cruzando pelas redes sociais em 2019 e a partir dali surgiu uma amizade que ganhou belos destinos à bordo da Velha Senhora.

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Roseli (Kombi branca) e Marisa viajam juntas com as suas paixões sobre rodas. Foto: Renyere Trovão

“Nossas próximas viagens juntas serão o Serra do Rio do Rastro (em Santa Catarina) e o deserto de Atacama, no Chile”, adiantou a empresário, que leva o filho Felipe para as suas aventuras.

Essa é primeira Kombi de Marisa, que só queria um veículo que pudesse transportar geladeira, sofá e outros acessórios. “Hoje, ela virou minha paixão”, contou a proprietária, que apelidou o modelo 2002 de Lola, em referência ao seu sobrenome.

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Foto: Renyere Trovão

Já Roseli, sempre que pode, está na estrada. É um prazer herdado da mãe Lucinda, que a levava mundo afora em sua viagens. Por isso, a Kombi não poderia ter outro nome senão o da pessoa que a inspirou a virar campista. E ainda ganhou o sobrenome de “Mulekada”, como a mãe dela costumava chamar as crianças.

“Namorei muitas Kombis, mas essa Clipper 1996 foi a que mais me agradou. Fui encontrá-la pela internet em São Paulo”, disse a diretora de escola, que já vem passando sua herança à filha Fernanda, companheira nas viagens.

Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Roseli (de preto) e Marisa com a família no Dia Mundial da Kombi. Foto: Renyere Trovão
Volkswagen Kombi Dia Mundial em Curitiba
Roseli com a filha e companheira de viagem Fernanda. Foto: Renyere Trovão

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