Volvo inspira empresa de turismo a investir em segurança por “acidente zero”
- Renyere Trovão
- 18 de dezembro de 2019
O empresário de Maringá (PR) Antonio Maria Reinaldo se orgulha de nunca ter registrado um acidente grave em sua transportadora de passageiros TransAcácia. Os nove ônibus da frota rodam meio milhão de quilômetros por ano atendendo o segmento de turismo nacional e internacional.
E a razão desse índice zero de sinistros está na filosofia do “seu” Toninho, como é conhecido: investir sempre em equipamentos de segurança nos veículos da empresa.
Antenado às novidades do mercado, ele foi um dos primeiros a adquirir um ônibus rodoviário com chassi Volvo equipado com a nova geração do Sistema de Segurança Ativa (SSA) da marca sueca.
Os motoristas da TransAcácia Turismo, e da também da Pedra Azul, do Espírito Santo – outra companhia do setor a reservar o lançamento -, terão à disposição um pacote de dispositivos para ajudar a evitar colisões e auxiliar na condução mais eficiente e segura.
A lista de recursos do SSA engloba itens pouco ou nada comum no segmento de transporte de passageiros. Confira:
Aviso de Colisão Frontal
Um radar instalado no para-choque e uma câmera no para-brisa monitoram veículos e objetos à frente, como pedestres, ciclistas, animais e obstáculos fixos.
Ao detectar o risco de acidente, o conjunto informa o motorista por meio de avisos sonoro e visual. O alerta começa a ser acionado 500 metros antes de um possível impacto.
À medida que a distância vai diminuindo, o sistema freia gradativamente – isso a 300 metros de distância.
Quando chega a 250 metros e não há nenhuma reação do motorista, a tecnologia freia o ônibus de forma autônoma para evitar a colisão. Pisca alerta e luz de freio são acionados automaticamente para avisar quem vem atrás.
Aviso de mudança de faixa
O dispositivo entra em ação quando o ônibus “come” as faixas da pista (à esquerda ou à direita) sem que as setas sejam acionadas. Isso pode indicar desatenção ou mesmo sonolência do motorista.
Além de emitir sinais sonoro e visual no quadro de instrumentos, o assento do condutor vibra.
Sinal de alerta no para-brisa
Dispositivo exclusivo da Volvo no mercado brasileiro de ônibus. Uma barra vermelha de luzes de led é projetada no para-brisa (head up display), facilitando a visualização do condutor para um eventual risco de impacto contra outro veículo.
Piloto automático adaptativo
Tecnologia bastante usada por carros premium. Tem função de manter uma distância segura do veículo à frente, freando e acelerando automaticamente conforme o ritmo do trânsito.
Essa distância pode ser definida previamente pelo motorista.
Controle de velocidade
Durante a apresentação da nova geração do SSA Volvo, em novembro passado, o ônibus recém-adquirido pela Transacácia transportou jornalistas especializados de Curitiba a Morretes, no litoral paranaense, e aproveitou para colocar em prática as tecnologias embarcadas.
Na descida pela Serra da Mar, num trecho de 80 km, o motorista praticamente não tocou no pedal de freio. O piloto automático adaptativo se encarregou de frear e acelerar o veículo de acordo com o movimento do trânsito.
A presença do “Controle Automático de Velocidade” também contribuiu para manter a velocidade mais baixa nos trechos sinuosos. Ele não faz parte do pacote SSA, mas complementa o sistema.
O mecanismo atua por meio de GPS, que identifica com precisão onde o veículo está e reduz, automaticamente, a velocidade em até 20 km/h nas áreas críticas, como curvas perigosas e em terminais de ônibus, por exemplo.
Os locais para a redução de velocidade podem ser programados remotamente, e a qualquer momento pelo operador, usando a plataforma de conectividade Volvo.
“O controle de velocidade limita a aceleração. O condutor pode pisar no pedal até o fundo que a velocidade pré-determinada não vai alterar”, garante Gilcarlo Prosdócimo”, gerente de Engenharia de Vendas da Volvo Ônibus América Latina.
A tecnologia é exclusiva da marca sueca na aplicação em ônibus e passa a vir de série nos modelos rodoviários.
Segurança é investimento, não custo
Para o empresário Antonio Maria, os itens de segurança ajudam muito o condutor em condições de risco.
A tecnologia SSA Volvo está disponível somente para unidades novas, sendo incompatível com as usadas. Ela se encaixa em todas as configurações de chassis rodoviários – 4×2, 6×2 e 8×2 -, com motor traseiro. A instalação é de fábrica ao custo de R$ 25 mil.
Quando ao valor do pacote opcional, Toninho não enxerga como um gasto a mais, ao contrário, encara como um investimento.
Para ele evitar acidentes significa menos tempo do veículo parado em oficina ou gasto com UTI, caso tenha uma vítima mais grave. “R$ 25 mil é muito pouco diante de um acidente que possa machucar uma pessoa”, reconhece.
De acordo com Paulo Arabian, diretor Comercial de Ônibus da Volvo no Brasil, uma colisão com outro veículo ou mesmo uma pessoa irá gerar um enorme passivo ou a indisponibilidade de um ônibus ou caminhão, que terá o faturamento comprometido.
“Qualquer uma dessas situações custará mais que R$ 25 mil”, pondera o executivo.
Como toda tecnologia, com o tempo o custo tende a baixar, motivado pela demanda. E com o Sistema de Segurança Ativa não será diferente, terá uma valor bem menor daqui a cinco anos, acredita Fabiano Todeschini, presidente da Volvo Bus na América Latina
“Mas o seu Toninho sai na frente da concorrência por oferecer um diferencial no serviço prestado, que é nível elevado de segurança para motorista e passageiros”, pontua.
Perda em vendas em prol da segurança
Pioneira em vários dispositivos de segurança, como o cinto de três pontos e o freios ABS em ônibus, a Volvo admite que perde algumas vendas por deixar seus veículos mais seguros e, consequentemente, mais caros que a média de mercado.
“Nós escolhemos privilegiar a segurança. Temos, por exemplo, só freio a disco em nossos produtos e isso tem um preço. Em contrapartida, o cliente terá uma resposta na frenagem bem superior ao sistema a tambor”, observa Todeschini, ressaltando que qualquer metro ganho na parada de caminhão ou ônibus que pesa toneladas pode significar salvar vidas.
Segundo testes da montadora, numa frenagem de emergência um ônibus com sistema a disco para totalmente 18 metros antes de um equipado com a tambor.
Já Gilcarlo Prosdócimo reforça que as novas tecnologias, como as da Volvo, permitem que num trecho de descida em serra, por exemplo, o motorista não necessite pressionar o pedal de freio, caso não haja nenhum imprevisto no trânsito.
“Isso reduz o custo operacional com pastilhas de freio, que podem durar mais de 1 milhão de quilômetros. O pneu também não irá esquentar, o que reflete num desgaste bem menor do talão, e poderá ser recapado uma vez mais”, ressalta o gerente, citando que um ônibus urbano em Curitiba já chegou a fazer cinco recapagens
Folga para o pedal de freio
Durante a apresentação da nova geração do SSA Volvo, em novembro passado, o ônibus recém-adquirido pela Transacácia transportou os jornalistas especializados de Curitiba a Morretes, no litoral paranaense, e aproveitou para colocar em prática as tecnologias embarcadas.
Na descida pela Serra da Mar, num trecho de 80 km, o motorista praticamente não tocou no pedal de freio. O piloto automático adaptativo se encarregou de frear e acelerar o veículo de acordo com o movimento do trânsito.
A presença do “Controle Automático de Velocidade” também contribuiu para manter a velocidade mais baixa nos trechos sinuosos.
O mecanismo atua por meio de GPS, que identifica com precisão onde o veículo está e reduz, automaticamente, a velocidade em áreas críticas, como curvas perigosas e em terminais de ônibus, por exemplo.
Os locais para a redução de velocidade podem ser programados remotamente, e a qualquer momento pelo operador, usando a plataforma de conectividade Volvo. Mesmo que o motorista pise no acelerador, não conseguirá alterar a velocidade definida previamente.
A tecnologia é exclusiva da marca sueca na aplicação em ônibus e passa a vir de série nos modelos rodoviários.
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