Stock Car dá a largada com Corolla e Cruze duelando nas pistas

Stock Car dá a largada com Corolla e Cruze duelando nas pistas

A temporada 2020 do Campeonato Brasileiro de Stock Car dá a largada neste domingo (26),  às 11h30, no Autódromo Internacional de Goiânia. E uma das novidades do grid é o novo Toyota Corolla, que será utilizado por oito dos 24 pilotos na prova de estreia. Ele vai duelar com o Chevrolet Cruze.

A SporTV começa a transmitir a disputa às 11h15, com uma segunda largada prevista para as 12h23.

O Corolla vai duelar nas pistas com o rival do mercado automotivo, o Chevrolet Cruze. Veículo mais comercializado do mundo no ano passado, o modelo da Toyota ficou em 14.º lugar em vendas do nosso mercado, com 56.726 unidades.

Mas foi novamente o primeiro do pódio entre os sedãs médios, superando, em muito, o Cruze, que foi o 44.º colocado na classificação geral, com um total de 17.829 unidades vendidas.

Toyota Corolla Stock Car Bruno Baptista
Foto: Divulgação

Corolla e Cruze dentro e fora da pista

Em termos de desempenho, nos modelos produzidos em série, o Corolla fica atrás do Chevrolet Cruze no zero a 100 km/h, quando comparados nas versões com motores flex (gasolina e etanol).

Equipado com motor 2.0 aspirado, que rende 177 cv de potência e 21.4 kgfm de torque, o carro da marca japonesa acelera de zero a 100 km/h em 9,9 segundos e não tem velocidade máxima divulgada pela fábrica.

Já o Cruze, da GM, com o propulsor 1.4 turbo, 153 cv e 24,5 kgfm, tem aceleração de zero a 100 km/h em 9 segundos e 214 km/h de velocidade máxima.

Stock Car Brasil 2020 testes Velo Città
Chevrolet Cruze durante os testes da Stock Car 2020, no circuito de Velo Città (SP). Foto: Duda Bairros/ Divulgação

Mas se o Toyota tem mais mercado e aceitação do público e perde em desempenho, na pista estes atributos ficam de fora, pois tanto o novo Stock com plataforma do Corolla e com a carroceria do Cruze usarão o mesmo motor V8 6.8 movido a etanol.

Ele é capaz de despejar 460 cv e 61,2 kgfm em utilização normal e até 550 cv e torque de 71,4 kgfm com o “push to pass” (botão de ultrapassagem).

Assim, o desempenho de cada modelo na pista dependerá muito mais do desenvolvimento das equipes e das atuações dos pilotos durante toda a temporada.

Mesmo porque o Cruze do ano passado tinha uma carroceria de fibra de vidro (tipo bolha), separável em três partes, ao contrário do que ocorre agora com os dois novos modelos que são monoblocos e compostos por chapas de aço originais fornecidas pela Chevrolet e Toyota.

Duelo entre pilotos renomados e revelação

Entre as disputas de equipe, o Cruze larga com certa vantagem pois é o modelo que será usado pelo time campeão das três últimas temporadas, o Eurofarma RC, com o tricampeão Daniel Serra. E conta ainda com a participação também do bicampeão Ricardo Maurício, que foi o vencedor da última Corrida do Milhão.

Já o Corolla tem como um dos seus maiores trunfos o fato de ser o único que terá ex-pilotos de Fórmula 1 ao volante, como Rubens Barrichello e Nelsinho Piquet, defendendo a equipe Full Time Sports, e Ricardo Zonta. Na segunda equipe da RC sentará no cockipt a maior revelação da temporada passada, Bruno Baptista, atualmente com 23 anos e vencedor de uma das provas no autódromo Velo Città, no interior de São Paulo.

Toyota Corolla Stock Car Bruno Baptista
Foto: Divulgação

Stock Car mais curto que o antigo

Durante os treinos de pré-temporada em Curitiba, Bruno pilotou pela primeira vez o novo Toyota Carolla com monobloco. Ele adianta que “o chassi do carro atual foi encurtado em 6 cm para encaixar a carroceria, o que reduziu a distância entre-eixos de 2,80 m do Stock antigo para 2,74 m do Toyota.

Isso ainda é mais do que os 2,70 metros encontrados no sedã de rua, mas foi o suficiente para proporcionar mudanças no comprimento (-15 cm) e na altura (+1,5 cm) em relação aos Stock de 2019.

Como a largura do modelo de competição é bem maior que a de um carro de rua, extensores de fibra de vidro foram aplicados nas portas e nos para-lamas do carro.

Toyota Corolla Stock Car Bruno Baptista
Foto: Divulgação

Novo limite para altura mínima do solo

Baptista informa que o novo aerofólio traseiro ficou 10 cm mais estreito e, a partir deste campeonato, os carros terão de respeitar uma altura mínima do solo de 6 cm.

“Antes a medida era livre. Isso porque o assoalho também mudou. Saíram as chapas de fibra de carbono com elementos e extratores aerodinâmicos, entraram as de metal e madeira, totalmente planas”, revela o piloto da equipe Toyota RCM Racing.

Equipado com câmbio de dupla embreagem, seis marchas sequenciais e automatizadas, com trocas feitas manualmente por meio de borboletas atrás do volante, o Toyota Corolla agradou o jovem piloto nos três treinos de 40 minutos que fez ao longo do dia na pista paranaense, em fins de junho.

Gostei do novo carro, mas como ficou propositadamente com menor carga aerodinâmica (downforce), em relação ao da temporada passada, a sua pilotagem ficou mais arisca. Ou seja, certamente vai dar mais trabalho para os pilotos e a própria equipe para se encontrar a melhor aerodinâmica possível entre as retas e curvas de qualquer circuito.

Bruno Baptista, piloto da equipe Toyota RCM Racing.

Stock Car Brasil 2020 testes Velo Città
Primeiros testes da Stock Car 2020, no circuito de Velo Città (SP). Foto: Duda Bairros/ Divulgação
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Carro mais barulhento vai empolgar o público

Bruno também acha que “o público vai gostar mais das corridas deste ano porque o carro está mais barulhento. É claro que isso só depois mesmo que for liberada a entrada de pessoas nos autódromos”.

Em relação ao desempenho final, o jovem piloto gostou do comportamento do novo motor, mas comentou que “com o maior peso da carroceria atual, o tempo de volta deve piorar um pouco.

No entanto, há um lado bom disso, analisa Bruno. “Vai equilibrar ainda mais o desempenho entre todos os carros. Se a Stock já era boa antes, imagine como não vai ficar agora com os carros andando ainda mais próximos. Adianto para os fãs da categoria que vão vibrar muito na frente da teve em casa.”

Quanto ao interior, o Stock Toyota Corolla tem banco tipo concha do piloto e volante com aros laterais, ao estilo F1, com pequenos mostradores digitais que exibem números como marcha engatada, tempo de volta e quantidade de botões de ultrapassagem disponíveis. Destaque ainda para os painéis de fibra de carbono e policarbonato no lugar do vidro nas janelas laterais e traseira do carro normal.

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